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QUANDO A POLÍCIA MILITAR É MAIS MARGINAL DO QUE OS TRAFICANTES

Apesar do sucesso das UPP’s no Rio de Janeiro, que acabaram com o domínio de 39 morros pelos traficantes fortemente armados, mas não com o tráfico de drogas (não era o seu objetivo), o pacote de maldades dos policiais militares supera o dos bandidos. Se gente ruim é capaz de matar com 3 tiros o soldado Caio César no Complexo do Alemão, de 27 anos, com o propósito de calar a voz do dublador de Harry Potter, que declarou que morreria feliz por defender a sociedade, não ficam atrás os 5 PM’s da UPP do Morro da Providência, que atiraram à queima-roupa no vapor de 17 anos e alteraram a cena do crime, colocando a arma na mão do jovem ensanguentado e fazendo disparos a esmo para transparecer troca de tiros. Pior mesmo foi a subversão de um presídio exclusivo para 221 policiais militares, em Benfica, à visita de inspeção da corajosa juíza Daniela Assumpção de Souza para descobrir se havia regalias, desde geladeira e ar-condicionado até garotas de programa em churrascos regados à cerveja, quando não saída ilegal para assassinar desafetos. A juíza e sua escolta de 15 agentes foram cercados e agredidos a pauladas por cerca de 30 detentos, tendo ela perdido os óculos e sapatos e a blusa rasgada na confusão, o que mereceu pronta reação de um batalhão de choque e o fechamento do presídio, quando uma retaliação não cairia nada mal com a transferência dos milicianos para o convívio entre marginais numa penitenciária comum. Para culminar o dia de cão do Rio de Janeiro, eis que surgiu o filho do Bolsonaro, deputado estadual, dizendo que a culpa foi da juíza que, ao desrespeitar os malfeitores fardados, provocou essa insubordinação. A mesma juíza que condenou o filho do Eike Batista pelo atropelamento de um ciclista.

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Antonio Carlos Gaio
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