O que deixa os homens mais em pânico é quando se dão conta do ódio induzir as mulheres a usar a sua própria paixão como arma de retaliação por eles se recusarem a assumi-las, entendendo que estão brincando com seus sentimentos. Assim sendo, elas se utilizam de seu próprio desejo para provocar estragos em redutos másculos ao se dirigir a eventuais pretendentes.
Por séculos, impuseram à mulher o obscurantismo do encarceramento de seu desejo, até esse homem, reconhecido como típico troglodita da Idade Média, chegar ao paradoxo de descobrir em si mesmo desejos inconfessáveis, salvo se dividindo-os com um igual. Ou cair de paixão por uma vagabunda de caráter que o leve a renegar todo o passado de que se orgulhava, por valorizar e honrar o compromisso com as tradições de família.
Quando antes a imergia no casamento, transformando o sexo num sofrimento imposto, nunca uma iniciativa de prazer. Quando não colhia o sexo de sua esposa à força. Pois considerava o estupro um grande remédio punitivo a ser aplicado para corrigir moçoilas rebeldes. Quando, na verdade, o distanciamento e o desprezo impingidos serviam para esconder a insuficiência dos homens que gostavam de posar de nobres.
O difícil, de fato, para o homem referenciado pelo atraso e pela incapacidade de atualizar seus programas, é responder às expectativas e desejo de uma parceira, se as mulheres se julgam irremediavelmente incompletas, à vista do mundo que ainda lhes é oferecido.
Diante do extremamente injusto por séculos, não existe mulher que não perca a calma e se revolte, transformando o amor devotado a esses homens em ódio de um calibre suficiente para destruir a espécie. Ódio não de querer trucidá-los, mas no fundo, se pudessem, o fariam. A deterioração e esfacelamento do amor chegou a tal ponto que hoje pequenas coisas bastam para destruir relacionamentos, tamanha a raiva incrustrada com o desgaste dos tempos, impossível de ser contida, que foi secularmente se enraizando e estruturando sem que o homem notasse, desse conta ou mesmo se importasse.
Com ambos perdendo contato em pequenas coisas também capazes de tornar os relacionamentos poeticamente encantadores. Às vezes, basta um sorriso, e o coração do outro se abre para você. Mas o ódio está tão presente na incompletude das mulheres que a frustração faz o coração se fechar, bastando um olhar atravessado.
Diante desse ódio perpetrado contra os homens depois que elas conquistaram maior autonomia para decidir seu destino, mais prudente ele se fazer de invisível ou se fingir de morto. O ódio tem destruído carreiras políticas, trajetória de artistas, transformado defensores da Justiça em assassinos, chefes de família em homens indignos, filhinho de papai rico em marginal, pelo fato do homem não mais poder dar vazão ao seu espírito irrequieto, inconcluso e eternamente insatisfeito, a despeito do mundo que ainda lhes é oferecido. Fazendo uma leitura pouco acurada e desleixada da realidade, sem suspeitar que um dia esse ódio fundamentalista virá lhe cortar a cabeça. Será que ainda não percebeu que a degola voltou à moda?
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