Observa-se nos antipetistas um silêncio tumular em face do impeachment tão sonhado. Ou ao menos uma moderação que contrasta com o ódio devotado às hostes petistas. Quando deveriam estar vibrando. Como comemorar, se aberto o canal para castrar Dilma às custas de patifaria, de chantagem, de coação, de desonestidade? De um mau-caratismo que atribuíam a seus inimigos petistas. Isso seria endossar o comportamento abjeto de Cunha. Não que sejam santos ou que tenham restrições ao golpismo para tirar Dilma do poder. Isso não. Mas ser sócio de um crápula como Eduardo Cunha, nem à distância ou somente incorporando o espírito corrupto da maioria parlamentar. Constrange fazer apologia do impeachment enquanto as pegadas do crime perpetrado pelo canalha ainda estão frescas. Segui-las seria formação de quadrilha. Por isso, Aécio, contando com a memória fraca dos brasileiros e deixando os escrúpulos de lado, orientou seus seguidores, pobres figuras, de voltar às ruas somente depois do Carnaval – para quem nunca quis nada com o batente. Até lá, Inês é morta, o impeachment pode estar enterrado, mas pelo menos sangrou Dilma e paralisou o país. A estratégia do quanto pior, melhor. Voltando ao sexo dos anjos. Como se animar com o impeachment se o líder do rebanho e autor das pautas bombas está envolvido com as falcatruas na Petrobras? Só se o afastarem da presidência da Câmara e o prenderem. Para Eduardo Cunha tirar suas mãos imundas de cima do impeachment e permitir que os antipetistas desfrutem da alegria de desmatar o país, queimando-o pelas beiradas.
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