O PT foi o maior derrotado das eleições municipais de 2016, perdendo 60% das prefeituras no país, sendo que, nas capitais, só sobrou Rio Branco do Acre. O maior vencedor foi o juiz Sérgio Moro, bem-sucedido ao mandar prender ex-ministros petistas nas vésperas das eleições e se omitir perante delações que incriminam a quadrilha do PSDB, o que permitiu ao partido, seu maior beneficiário, conquistar um grande número de prefeituras em capitais e lavar a égua no entorno e no interior de São Paulo, principalmente na região do ABC, reduto petista. Alckmin apostou num perfil alinhado com o que as pesquisas mostraram ser o desejo do eleitorado da cidade de São Paulo, o lugar mais estranho do mundo para se fazer amor, segundo o saudoso Bussunda. Alguém de fora da política, que não fosse dono do voto do eleitor, nem cacique de partido, nem mesmo aferrado à filiação partidária, nem tampouco possível de enquadrá-lo como neoliberal. O novo embusteiro da praça só podia ser em São Paulo, que já nos deu Adhemar de Barros, Jânio, Maluf, Pitta, Alckmin e, and now, João Dória. A própria exaltação à despolitização, que permitiu à mídia voltar a ser feliz, depois de anos de sofrimento com a era petista, atestado pelo sorriso sempre aberto de Merval Pereira na Globo News conforme os resultados iam sendo anunciados, sem a menor preocupação em esconder, nem se importar se o voto no Dória foi útil, contra o Russomano e a ridícula da Marta, lutando para evitar que Haddad chegasse ao 2º turno e dissesse verdades inconvenientes que os coxinhas não gostam de ouvir, como professores surrados pela polícia, merendas sendo roubadas por deputados tucanos, lata d’água na cabeça (crise hídrica). O que espanta é como São Paulo possa ser tão cosmopolita e provinciana ao mesmo tempo. Tão indignada com corrupção e se deixar levar no bico pelas falsidades do Alckmin. Só se for identidade de métodos ou, então, o excesso de urbe lhe estragou os miolos.
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