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POR QUE A MÍDIA ALARDEIA QUE O PACOTE ANTICORRUPÇÃO DO MORO FOI DESFIGURADO?

O pacote anticorrupção gestado no forno crematório do juiz Sérgio Moro e do seu exército teria sido desfigurado pela Câmara dos Deputados e, quase em regime de urgência, complementado pelo Senado – assim é alardeado pela mídia, que adora se jactar de sua honestidade e princípios. O fato de ter ocorrido na madrugada do day after do desastre da Chapecoense (o avião que caiu por falta de combustível e dizimou a equipe na Colômbia) comprova a má intenção do bastardo do Renan e do filho do César Maia. Mas as más intenções extrapolam sobre os ombros de outros responsáveis, pois o que está no cerne da questão é que as medidas anticorrupção convalidam e avalizam os métodos de Moro e de sua tropa de choque que, além da prisão coercitiva para obrigar à denúncia, visam a perseguir e caçar Lula, sua família, seus advogados e o PT – a pior ditadura é a do Judiciário pois não há a quem recorrer, segundo Rui Barbosa. Embora tenha ficado claro para o Supremo Tribunal Federal o abuso de Moro quanto ao vazamento de gravações entre Lula e Dilma, isso para não arrolar o municiamento à mídia com informações de seu bunker. Quando ninguém está acima da lei, nem mesmo qualquer figura do Judiciário, seja Gilmar Mendes, Moro, Janot, Dallagnol e seus power point, procuradores e promotores. Não basta ter convicção sem provas ou fatos que lastreiem a acusação. Porque todos precisam ser iguais perante a lei para evitar a lógica da impunidade e de blindagem que permeia o Poder Judiciário, ao garantir sua robusta aposentadoria compulsória mesmo se flagrado em tráfico de drogas, vendendo sentenças ou cometendo um delito “menor”, como o de autorizar a Polícia Federal a invadir o Senado. Sem contar que a maioria recebe salários acima do teto constitucional, amparada em interpretações legais que eles próprios criam. No fundo, Moro e seu exército partem para criar um Estado à margem do Poder Executivo e Legislativo, pouco se importando se uma presidenta eleita democraticamente foi derrubada com uma pedalada para colocar no poder uma aliança de corruptos cuja bandeira não foi a votada pelo povo majoritário. Aos paneleiros, Moro age como seu autêntico porta-voz em toda a sua ideologia ao não mexer com FHC, Aécio e demais tucanos. Não têm conhecimento nem lhes interessa se atuam por motivação político-partidária, pois têm motivos de sobra para não desconfiar. Nem se expressam por meios de comunicação opinião sobre processo em julgamento ou se sua ação é temerária. Nem tampouco ficar nas mãos da Justiça o fim de partidos políticos por corrupção. Pouco se dão para o encurtamento dos direitos do habeas corpus, aí demonstrando a total falta de bagagem que atribuem ao eleitor do Lula.

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Antonio Carlos Gaio
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