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CAPÍTULO XXXIII – CISCO NO OLHO

Existem situações já passadas e que gostaria de reeditar em ambiente de maior compreensão e amor porque havia um ambiente afetuoso ou por construir que foi desperdiçado. Afinidades incomuns que escorreram entre os dedos das mãos e se foram. Ainda que remoto, o cruzar de destinos deixou marcas e desperta recordações. Mas o que fazer se a amizade ou amor já desencarnou ou se o desenlace do afastamento ainda martela a impossibilidade de reconciliação? Embora restem sinais evidentes de apego. Todas as criaturas são irmãs pela sua origem espiritual e, sob a sublime lei do amor, todos devem se atrair e se unir indissoluvelmente já que provenientes do mesmo Criador e Pai. Não devemos deixar pendências para o Plano Espiritual.

A trigésima terceira intervenção espiritual, em 3 de março de 2017, se iniciou com cânticos para abrir caminho para os espíritos curadores e a leitura dos itens 9 a 10 (“O Argueiro e a Trave no Olho”) do capítulo 10 (“Bem-aventurados os que são misericordiosos”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Hoje a trave corresponderia a uma ripa de madeira ou mesmo tapume para se comparar com um cisco (argueiro). Uma insensatez ver o mal nos outros, um cisco no olho de vosso irmão, vós que tendes uma trave no vosso, funcionando como venda. Para julgar-se a si mesmo, seria preciso poder olhar seu íntimo num espelho, transportar-se de algum modo para fora de si, e se considerar outra pessoa, perguntando-se: O que eu diria se visse alguém fazendo o que faço?
O meu pai que se separou de minha mãe, e se distanciou nos anos 1950, não é o mesmo pai que se reaproximou nos anos 1960 com o suicídio de meu irmão, passando eu a trabalhar ao seu lado, nem o mesmo que se transformou completamente ao deixar de presidir as Casas Gaio Marti por se desentender com o quadro diretivo em torno do crescimento da empresa. Quando optou por erguer a Fundação Marietta Gaio com a construção de uma sede e a consequente expansão do atendimento aos mais necessitados, até vir a desencarnar em 1979. Reviravolta de verdade ocorreu quando, desmaterializado, seu espírito incansável e atento aos mínimos detalhes, sempre presente, interagiu nos momentos mais críticos a partir de situações-limite que exigiram equilíbrio e moderação, realçando o não julgar os outros e buscar a conciliação.
Uma evolução pontuada por transtornos ao longo de sua existência, que eu só pude assimilar quando também avancei no tempo para me dar conta de nossa frágil e falha natureza, tendente a acumular erros, muito mais do que acertar, o que não nos impede, todavia, de frequente e sumariamente julgar os outros, como se fôramos um deus implacável irritado com a impunidade. Sem possuirmos a menor condição para exercer esse papel.

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Antonio Carlos Gaio
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