A primeira grande estrela negra das artes cênicas cuja curiosidade maior foi ter deixado os EUA, incompatibilizada com a discriminação racial, para optar por viver na França em 1925, aos 19 anos. Sob a direção de Otavio Muller e interpretada por Aline Deluna, em atuação marcante, Josephine Baker foi uma mulher à frente do seu tempo como cantora, bailarina, atriz, palhaça, feminista, ativista em favor dos direitos dos negros nos EUA, esposa 5 vezes, mãe de 12 filhos adotivos e multirraciais. Popularizou a dança, o jazz e os costumes nos anos 20 e 30, inicialmente dançando com um saiote de bananas e seios desnudos, que inspirou a famosa marchinha de Carnaval “Chiquita Bacana”, de João de Barros, e que virou o símbolo da mulher que não enxergava tabus pela frente, a ponto de ter se tornado espiã francesa, em 1941, contra a ocupação nazista, designada pelo general Charles de Gaulle. Quando a conheceu em Paris, Oswald de Andrade declarou que descobriu o Brasil através de Josephine Baker: ela era a imagem viva do tropicalismo antropofágico, famoso movimento que ele havia criado.
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