O mais famoso médium do Brasil que realiza intervenções espirituais, João de Deus, procurado por celebridades estrangeiras e brasileiras em busca de cura para suas doenças e mazelas, em Abadiânia, pequeno município de Goiás, está vendo seu mundo desmoronar. Sob o peso de denúncias de até agora 15 mulheres a relatarem abuso sexual cometido no próprio centro onde se busca ajuda do Universo espiritual, violação essa com que terão de lidar o resto de suas vidas. O que se tem até o momento é a voz das vítimas contra a do acusado. As vítimas começaram a denunciar, através do jornalista Pedro Bial na TV Globo, e quando uma fala, depois outra, dando força para as seguintes, a corrente não para de se formar face à robustez de indícios que vão surgindo. Havia um padrão no modo como o médium agia, conforme os relatos das mulheres: elas deveriam procurá-lo posteriormente em sua sala privada porque tinham sido escolhidas para receber a cura em particular, ou seja, violentadas sexualmente. A defesa de João de Deus invoca a falta de materialidade, quando o crime sexual, por sua natureza, dificilmente deixa vestígio, e isso é de conhecimento do abusador. Pode-se pressupor que a casa está para cair, tal como foi a pique, em 2017, a carreira lotada de filmes lançados com sucesso pelo famoso produtor norte-americano Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual por diversas atrizes como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, fora as que o acusaram de estupro. Originando o movimento Me Too, que luta pelo empoderamento da mulher. Hoje com 76 anos, João de Deus tem 11 filhos, cada um com uma mulher diferente.
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