Vi de novo “Kardec” para observá-lo apregoar que não é um Deus vingativo e punitivo que deve imperar para nos tirar da situação aflitiva em que vivemos, embora o povo clame por reparar as injustiças sociais de qualquer maneira, pois não aguentam mais. Por isso, Kardec teve de se defrontar com obstáculos e perigos iminentes, onde sobressaíam maledicências e calúnias, acarretando sacrifícios para sua saúde, conforme prevenia o Espírito da Verdade, que periodicamente antecipava seus sobressaltos. Irritava aos céticos Kardec asseverar que justamente o que não vemos é o que importa. Kardec não psicografava, valendo-se de médiuns para seus mentores espirituais lhe passarem tudo e ele sistematizar e codificar, racionalizando os textos, diria sagrados. Traziam o conhecimento universal que iria mudar o mundo, do nascer e renascer sem cessar, o moto-contínuo e perpétuo que aciona a evolução de nossa existência, e que explica o porquê de estarmos aqui, para onde vamos e de onde viemos. A combater o materialismo que nos mata todo dia e a nos pautar pelo princípio de “Fora da caridade não há salvação”. E não se trata de esmola ou mesmo de doação e sim de um olhar mais atento e cuidadoso para os que sofrem injustiças sociais, vivem na miséria e são discriminados, carecendo de ações inclusivas na sociedade. O Espírito superior não faz guerra, imagina um caminho que não evidencie um confronto aberto com seus contrários. Os ataques a Kardec não se dirigiam a ele, e sim à doutrina e ao pensamento espírita em prol da coletividade abandonada e enganada por quem se instala no poder e fala por ele. O espiritismo se dirige muito aos céticos para ensejar reflexão. Quando eles se transformam em alvo do suicídio por caírem no logro da descrença e julgarem se dirigir a paragens despidas da agonia que os circunscreve na Terra. Kardec só demandava paz e espaço para trabalhar, pedindo perdão se viesse a falhar nas interpretações das mensagens emanadas do Plano Espiritual, que viriam a mudar o mundo.
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