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CONTATOS IMEDIATOS DE TERCEIRO GRAU COM ELEITOR DO BOLSONARO

Troca de ideias com um eleitor do Bolsonaro, que finge não ser um seguidor fiel para não atrair críticas e revelar seu despreparo ao tentar defender sua imagem e medidas que toma. De 38 anos e morando num dos aprazíveis subúrbios do Rio de Janeiro, mantenho contato profissional com Bruno Henrique, nome fictício dado em homenagem ao notável jogador do Flamengo. Sustenta que comércio e restaurantes deviam voltar à normalidade com controle do fluxo de pessoas na entrada, como se faz nos bancos. Apologista de priorizar a economia, diz que tem contas para pagar e se orgulha de não ser devedor com o que ganha. Quanto ao perigo de contágio nos transportes públicos, cujo uso seria incrementado, não há resposta. Sugere selecionar que tipo de negócio pode ser aberto, mas se escusa de dizer qual. Esclarece que é muito difícil lutar contra um inimigo invisível que ainda não chegou nas suas cercanias. Perguntei se ele não vê televisão ou se não se informa para tomar conhecimento de como o coronavírus se alastra pelo mundo afora, e que, quando atingir os segmentos mais pobres ou miseráveis, as mortes serão mais contundentes por não haver hospitais, leitos, UTI’s e respiradores suficientes. Silêncio na comunidade. Seus pais morreram pouco antes da pandemia, seu cliente preferencial é o idoso, mas se julga bem e forte com seu físico de atleta, e primeiro cabe pensar em si e no seu crescimento econômico: a economia não pode parar. Alega que se apaixonou e resolveu casar-se pela segunda vez, abandonando sua vida errante de amante inveterado para se firmar como homem respeitável, depois que seus pais morreram. Não chega a ser tão desconectado para insinuar que a Globo persegue Bolsonaro, mesmo porque, quando perseguia Lula, Dilma e o PT, Bruno Henrique pouco se incomodava, apesar de beneficiado pelos programas de inclusão social petistas. Também não chega a fazer qualquer reparo à personalidade de Bolsonaro, não lhe incomodando as fake news, os destemperos e a sua instabilidade emocional instigando crises diariamente, sua cultura rasa, o autoritarismo, não lhe aprazendo conhecer a fundo a história de nossa nação, e achando o tipo dele até engraçado. Contudo, o que mais me espantou foi a facilidade em confessar-se apaixonado, antes um conquistador barato, e a satisfação em ingressar no rol do considerado bom burguês, o que bem explica suas opções individualistas e o que pretende alcançar. Não vai ser um coronavírus que irá atrapalhar e muito menos os efeitos da pandemia.

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Antonio Carlos Gaio
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