Bolsonaro demonstrou ser muito sujo e traiçoeiro ao publicar decretos sobre armamento na sexta-feira em que se iniciaria o Carnaval, e à meia-noite. Se não conseguiu antes aprovar por meio de projetos de lei ou medidas provisórias, dessa vez, ele tentou a via dos decretos presidenciais, em flagrante desrespeito ao Estatuto do Desarmamento e passando por cima do Congresso. Pretendendo legislar a partir do Executivo, além de afastar o Exército de fiscalizar o rastreamento de armas que chegam às mãos de milicianos. Bolsonaro já editou mais de 30 atos normativos relacionados à flexibilização da política de armas. Ele está mais preocupado com armas do que com a pandemia, o nº de mortos que se acumulam e a falta de vacinas. Pouco se importa de sermos o país que mais mata com armas de fogo no mundo ao elevar o porte de armas de quatro para seis, per capita. Se, bem a caráter de um projeto megalomaníaco, deseja transformar o Brasil num país armado, tal como os EUA, para fazer uma revolução e se converter no seu ditador ou apenas para os cidadãos resolverem suas pendengas entre si na base do tiro, não mais valendo quem é o mais forte. Há de se reconhecer que Bolsonaro sabe como ninguém chamar o perigo pra si ao cutucar inúmeras entidades do Mal com rara imprudência, quando despreza uma pandemia no planeta que assola o Brasil, enquanto estimula o retorno aos duelos, abolido no final do século XIX. Imerso em sua necrofilia, convida a Morte para dançarem juntos, cheek to cheek, sem recear que a serpente possa devorá-lo num abrir e fechar de olhos. Desaparecendo para sempre e virando história em quadrinhos como obra de ficção, a justificar o apelido de Mito.
Deixe um comentário