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CLOROQUINA POLARIZA A POLÍTICA NA CPI DO GENOCÍDIO

Uma coisa é uma postura de enfrentamento à ciência, que por si só o retardado faz jus a voltar no tempo e remetido ao passado com um pontapé nos fundilhos, de modo a aprender com a evolução que nos permitiu chegar até os dias de hoje. Outra é o presidente Bolsonaro se investir de cientista ou médico e apresentar uma minuta de decreto presidencial em reunião no Palácio do Planalto para incluir na bula da cloroquina um indicativo de tratamento para a Covid-19, conforme depôs o ex-ministro Mandetta na CPI do Genocídio. Nunca se viu antes um presidente, sob o pretexto de fazer marchar a economia, como se fôssemos meros soldados, a entrar na seara das pesquisas científicas e de laboratórios estrangeiros, confundindo receita de bolo com bula de remédio. A cloroquina sem eficácia científica segundo a OMS, explorada para tirar todo mundo de casa, sem máscara e distanciamento social, aglomerando os que, espremidos nos transportes urbanos, tentam chegar ao trabalho. Isso é genocídio ou matança premeditada para alcançar a decantada imunidade de rebanho, que lembra a eugenia no nazismo, quando buscava produzir uma seleção na coletividade humana. Ou seja, só permaneceria vivo na pandemia quem fosse capaz! Quem precisasse sair de casa para trabalhar enfrentando o transporte público e o vírus, e se mantivesse são. Merecendo integrar o rol dos favorecidos – meritocracia às avessas. A política discriminatória de Bolsonaro, por meio da eliminação, contribui para diminuir o nível da pobreza e as aposentadorias a serem pagas.

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Antonio Carlos Gaio
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