Quando Deus concebeu o mundo, dotou o homem da vontade de sempre almejar a liberdade para decidir a respeito de seu destino e arcar com a responsabilidade sobre seus atos, deixando-lhe o mérito da escolha entre o bem e o mal. E descobrir, por sua própria conta, o sentido da vida.
Meu pai já advertia em mensagem espírita enviada em 25 de junho de 1981: “Que ninguém por aí se julgue exonerado de trabalhar – e trabalhar laboriosamente – depois que se entrega o corpo ao almoxarifado da Natureza. O serviço é mais árduo, e quem tiver mais servido no mundo físico, maior adaptação sentirá por aqui, onde nos recondicionamos especialmente para sermos úteis aos corações que compartilham conosco a existência”.
Segundo ele, um grupo em ação espiritual de algum modo se assemelha a uma orquestra. Cada componente deve estar no lugar que lhe é próprio e assim a música se fará sentir e ouvir por toda parte. Ajudando uns aos outros é que atingiremos a harmonia ideal. A música é o elo que permite tolerar nossas diferenças, aparentemente incompatíveis. Quando isso também é a Caridade. Embora saibamos todos, aí e aqui, que, fora da Caridade, nossos problemas, por mínimos que sejam, não conseguem atingir a solução precisa. Portanto, trabalhemos e nos entendamos sempre.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima sexagésima quarta intervenção espiritual, em 22 de abril de 2022, efetivou-se sob a égide da leitura de “Vinha de Luz”, 72 (“Não as palavras”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 27 (“Pedi e obtereis”), itens 16 a 17 (“Preces que se entendam”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
O valor da prece falada está ligado à compreensão que as palavras tenham para quem as ouve, numa linguagem e conteúdo em que se possa mergulhar e entender, fazendo sentido ao Espírito que nos habita, desde que toquem o coração e transmitam uma ideia, não se julgando quites se apenas orar por dever ou hábito, repetindo uma simples fórmula um certo número de vezes nesta ou naquela ordem. Se orarem numa linguagem que não consegue alcançar ou se for mais sensível à maneira de rezar do que à essência da prece, sua inteligência não colherá o fruto.
Nós não somos edificados da mesma forma. Portanto, é preciso provar que estamos adaptados ao meio em que encarnamos. Sensíveis às orações e músicas que a orquestra executa para amainar as diferenças que nos separam. Vencendo o desafio de avançar e alargar as fronteiras do conhecimento. E parar de cultivar o ódio. Só assim se aprende a perdoar.
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