Em torno do pênis, Clarissa Garotinho (agora ela esconde o nome do pai), como mote de campanha a senadora pelo Rio de Janeiro, explorou a castração química de estupradores e autores de feminicídios reduzindo a testosterona e a libido com remédios bombas. Em falsa defesa da mulher, numa família onde somente se respira o provincianismo da mente pequena.
Em torno do pênis, Bolsonaro, por sua vez, tomou gosto para explorar o “imbrochável” do qual tanto se orgulha, quando se sabe que qualquer homem idoso tem de lidar com a disfunção erétil, que se inicia bem antes de sua faixa etária. Como tudo em Bolsonaro é falso, não faz diferença se, com o seu hálito pútrido, consegue enrijecer qualquer posicionamento seu, sexual ou não. A decadência o aguarda para abraçá-lo por trás, para finalmente ceder aos caprichos de quem sempre desejou vê-lo pelas costas.
Em torno do pênis, a barbárie da agressão covarde da Rússia à Ucrânia. Como se não bastasse bombardear hospitais, escolas, teatros, estações de trem e usina atômica, estão sendo exumados cadáveres de valas coletivas com sinais de emasculação. Antes ou depois da execução, eis a questão anticivilizatória que se impõe. Se de per si, já nos remonta aos nossos primórdios, a sangue frio, então, não se enquadra nos padrões humanitários desde que o mundo extinguiu os dinossauros.
Será? A castração química é prima-irmã da emasculação sob a égide da Rússia. Bolsonaro emascula a cidadania com seu autoritarismo. O “imbrochável” remete o poder a girar em torno do pênis – aliás, vem desde Adão e Eva. Se com essa reação em cadeia não nos dermos conta do atraso a que ainda estamos atrelados, tenderemos a achar que a emasculação é a solução, pois mata o problema na raiz.
Porém, se a todos, os ditos machos, for estendido o corte a faca, para que provem do mesmo veneno, o mundo, a esse feitio, não se emascularia, não seria castrado, ou mesmo perderia a masculinidade e o seu vigor intrínseco. De fato, se livraria de valores explorados por falsos profetas que já deveriam estar sepultados de há muito, porquanto os machos preferem se manter acorrentados a essa maldição do que dar um passo em direção à libertação de seu Ser Humano.
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