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A BALA

A bala não veio da loja
Não veio do morro
Não veio do nada
Mas se aloja
No fundo do peito da criançada

Faz um buraco nos seios das mães
Que já não podem amamentar
Dos pais que já não podem sonhar

A bala não é doce nem azeda
Tem gosto de sangue
De perda

Veio de um tiro de fuzil
Dos ditos defensores do Brasil

A bala não foi perdida
Quem se perdeu foi o atirador
Atirando atordoado
Atira dor a todo lado
Tirando o futuro do passado
Despachando a prova do crime na vala
Em ato filmado

Nada tira esta revolta
Que volta e meia nos oprime
Quanto mais eles se eximem
Maior o buraco no meio dos pais
Desta gente sofrida
Que não aguenta mais

A bala não é doce de criança
Não alimenta esperança
Carrega açúcar-veneno
E não vem do nada
A bala mata, cansada
Até quem veste a farda

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Antonio Carlos Gaio
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