O homem costuma ser vinculado à completa miserabilidade na face da Terra, se corrermos os olhos por livros, jornais e redes sociais ou ouvirmos de púlpitos, tribunas e TVs que ele é capaz de trair sua própria espécie sem cessar. Daí serem enquadrados como réus contumazes, já que ninguém ignora que o crime ainda o obceca, seja qual for a categoria.
O homem está sempre à procura da felicidade que lhe foge sem parar em sua avidez por tudo aquilo que pode agitá-lo e perturbá-lo, parecendo criar de propósito tormentos que dependem só dele evitar.
Não somos fantasmas submetidos a penas eternas, não obstante nossas seculares imperfeições. Porém, o imperativo da felicidade exige que nos eduquemos convenientemente, para nos habilitar à posse imorredoura da herança espiritual de caráter divino e deixando para trás o desperdício de energia e os caprichos próprios de uma infância que não consegue distinguir prazeres materiais de prazeres da alma ou da paz reinar sobre o coração.
Por que motivo, então, se expande a paciência de Deus com o mundo encarnado e desencarnado da Terra, caso não passássemos de uma massa de seres inúteis e cujo caráter inspirasse desprezo? Por que depositar tanta fé em nós a ensejar a renovação do aprimoramento de criaturas consideradas irremediavelmente sem solução? Sempre de olho arregalado pelo desejo de possuir o que não têm, jamais se apercebendo de que um dia precisarão abrir mão de todas as futilidades cuja cobiça envenenou suas vidas.
De quantos tormentos teremos de nos livrar? Como procurar ser mais do que somos, lançar inveja naquilo que não é seu, não se contentar com o que tem, criando necessidades ilusórias que não levam a lugar algum.
Ninguém pode contestar que o homem, na condição de aluno em crescimento, a cada encarnação, erra em todos os tempos, mas Deus lhe renova o crédito, diariamente, proporcionando a oportunidade dele se reerguer e se descobrir a qualquer tempo.
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