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NÃO HÁ MAL QUE DURE PARA SEMPRE

Convence-te de que não existem males eternos. Toda dor chega e passa. A desilusão de agora se transforma em posterior bênção. Segundo preceitua Chico Xavier, não há mal que dure para sempre. Quando passamos a ter certeza da superação de nossas próprias dificuldades. É o caso de minha mãe que veio à minha mente durante dois anos, logo que eu acordava, em sequência ao seu desencarne. Até que o seu espírito partiu para novo rumo. Sinal forte de apego à vida terrestre e de quão penosa foi a desincorporação. Apesar de não haver motivo algum que a levasse a preferir manter-se encarnada, ainda mais que seus dois outros filhos desapareceram prematuramente por vias violentas.
Deus nos impõe a encarnação, sofrendo todas as vicissitudes da existência corporal, para que evoluamos dentro de um clima de instabilidade e imprevisibilidade que caracteriza o cotidiano. Visa ainda pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe cabe nessa obra de criação de Deus, que é a Vida, onde tudo se encadeia e é solidário na Natureza. Somos peça integrante e primordial na construção dessa marcha para o progresso. Um meio até de se aproximar mais Dele.
Não é necessário um grande cataclismo para que a modificação dos planos da criatura se efetive. Toda modificação para melhor reclama luta, tanto quanto qualquer ascensão exige esforço. É imprescindível a preparação de cada um para a elevação espiritual. Se nos encontramos na Terra da expiação, tudo o que nos acontece é uma consequência de nossas existências anteriores, constituindo o peso e a obrigação da dívida que temos a saldar. É preciso que as provações sigam o seu curso. Mas, por acaso, sabe a que destino se dirigem? Até que ponto devem ir?
Se você foi escolhido pela Providência Divina, não como instrumento de suplício para torturar a alma de outrem, simplesmente quando não compreende o seu próximo e lhe é indiferente, mas sim para trazer o alívio da consolação na cicatrização de chagas abertas em irmãos, ajudando-os a transpor as provações com ânimo, paciência e resignação.
Será que também não nos foi dado por Deus como prova, ou expiação, deter o mal e substituí-lo pela paz? Será que Deus não colocou em nossas mãos os meios para suavizar esse sofrimento? De ajudar uns aos outros nas provas a que somos submetidos? Cabe aprofundar nessa causa até a raiz.

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Antonio Carlos Gaio
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