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CALLAS / BABYGIRL / MALU / NOUS SOMMES TOUJOURS LÀ

Foi dada a partida para a temporada de caça aos melhores do ano no cinema mundial. Como referência e balizador o prêmio de melhor atriz à Fernanda Torres no Globo de Ouro – torcida para o Oscar. Derrubando Angelina Jolie em “Maria Callas” e Nicole Kidman em “Babygirl” (vencedora no Festival de Veneza). Callas dirigido magistralmente pelo chileno Pablo Larrain, autor de “Jackie” (Kennedy) e “Spencer” (Lady Di), bem sustentado por uma direção de arte de cair o queixo e uma fotografia de lacrimejar quem ama Paris, um filme obrigatório para se assistir e se entusiasmar. Mas Angelina foi longe demais ao exigir da produção que ela cantasse no filme na fase terminal e de voz sem potência de Maria Callas, como se estivesse querendo ocupar o lugar da diva, movida pela depressão que vai engolindo sua carreira. Quanto à Nicole Kidman, envolvida numa relação de patroa com empregado mais novo, entrelaçados por uma disputa de poder na cama, na qual ele fica por cima desde o início, mas ela, com aquela eterna cara de boneca, custa a aceitar. Daí decorrem as cenas que mais chamam a atenção e chocam, lembrando os filmes escandalosos e censurados à época, como “Império dos Sentidos”, “O último tango em Paris” e “120 dias de Sodoma e Gomorra”. Quanto à Fernanda Torres, interpretando Eunice Paiva, desconfiada que seu marido Rubens Paiva fora levado de casa para ser torturado e executado, nada podia dizer aos seus 5 filhos e transparecer medo para não piorar a situação. Como expressar tamanha situação, se é que isso não resultou em morrer com mal de Alzheimer, que perdurou pelos últimos 15 anos de sua vida? Para tentar esquecer de vez o que aconteceu em sua existência, ainda em vida. Perceberam a diferença entre as atrizes e os filmes? Se não, o filme brasileiro “Malu”, realização de Pedro Freire, merecedora de todos os prêmios e em exibição, também nos choca com o desempenho espetacular de Yara de Novaes, Juliana Carneiro de Cunha e Carol Duarte, entrelaçadas pela caretice da avó, pela porralouquice da mãe e a filha tendo de buscar apoio terapêutico para uma família que, desde os seus ancestrais, já demonstrava vocação para sérios desvios comportamentais. O choque maior é você pensar que é avançado, da vanguarda, aberto, voltado para uma construção de um mundo melhor, desligado do dinheiro, e acabar demente. Inúmeros filmes terminam dessa forma, não só os acima.

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Antonio Carlos Gaio
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