Aconteceu o que mais se temia, visto pelo ângulo do desequilíbrio ecológico.
As mulheres precisaram se libertar tanto que acabaram por encolher o homem. Falta homem na praça. Nas gafieiras, se pensa em alugar cavalheiros, para as damas ticarem uma comanda e pagarem a hora-dança.
Mulher que encara a noite sozinha deixou de ser vadia no entendimento dos garçons. Não há mais nada que se possa proibir a mulher de ser, basta ela querer, mesmo porque ele não está dando conta do recado, quando ela não se sai melhor. A outrora brilhante mente masculina, que se masturbava com estratégias, sequer consegue descarrilar esse trem.
Além do que, é muita exibição por conta dessa brilhante performance, é silicone nos peitos, lipo na barriga, lábios engrossados, bunda arrebitada, malhação e o cacete a quatro, não restando ao homem senão se inibir e proteger tudo o que lhe sobrou, bem acondicionado na folha de parreira do pai Adão. O rei ficou nu, posto fora de cena por falta de talento para lidar com a situação, que exige alma e verdade, aposentando a astúcia.
Para não passar vergonha, finge que está de passagem no planeta e que, a despeito de todas as convulsões que a mulher enfrenta na sua renovação, engrandecimento e revitalização, ele não tem nada a declarar, pois se nem é mesmo o pai da criança.
Muito pelo contrário, ele a considera responsável pelos males crescentes que agridem a próstata, o câncer comandado por controle remoto para desmoralizá-lo. Encurtar seu poder de fogo equivale a uma declaração de guerra, daí a sumir de maneira sub-reptícia e se ausentar do front para deixar a mulher sozinha diante de si mesma como um todo feminino. Ela não vai ter coragem de assumir que não precisa de um homem.
É a vingança de quem se julga ainda um deus colhido na contramão da História. Afinal de contas, o bom cabrito não berra e age como um rato na calada da noite.
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