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UMBRAL

O Umbral corresponde a uma grande enfermaria de um hospital de guerra, ocupada por espíritos de baixo desenvolvimento espiritual na Terra.
Segundo a doutrina espírita, é a zona obscura onde o espírito permanece temporariamente até que lhe seja permitido galgar alguns degraus, desde que não se esquive e procure adaptar-se à lei da fraternidade, solidariedade e compreensão que se almeja reinar no Plano Espiritual.
Se continuar à mercê do egoísmo e a se render à mentira, mantendo ódio no coração, como almas desnorteadas, hesitantes e ignorantes, revoltados de toda ordem, a engrossar mentes desequilibradas que nada compreendem o auxílio que se lhes oferece, você não conseguirá esgotar, no Umbral, o apego à vida carnal, à família, à saudade do lar, em que menosprezou a sublime oportunidade, sob o jugo da matéria, de resgatar vidas dissipadas de outrora, com o intuito de continuar caminhando para frente, rumo a sua evolução.
Como a paixão que queima ilusões sem dó nem piedade, ou o rancor que elimina adversários, toda e qualquer ação que exceda os limites de nossa autogovernabilidade, e dela não se tire proveito, revela que permanecemos em regiões nevoentas e encarcerados em nós mesmos, à disposição de caprichos e envoltos em mesquinhas elucubrações. O Umbral é também aqui, na Terra, como ponto de partida ou de retorno – depende de onde quiserem se posicionar.
Cada espírito permanece lá, ou aqui, o tempo necessário para se afinar com forças que criam e transformam, exteriorizadas em vibrações que não se enquadram ainda dentro de uma racionalidade que as explique. Como não aproveitar a luz que vagueia na Terra plena de energia, ou mesmo no Plano Espiritual, se toda alma é um imã poderoso?        
Não é de se estranhar que o Umbral, em ambos os lugares, produza grandes perturbações. Existe uma conexão. Não é preciso possuir um alto grau de perversidade para reparações mais dolorosas, nem de emérita dignidade para ser conduzido a planos mais elevados. Para o Umbral vão aqueles que sofrem com a visão incessante de seus inúmeros erros, por conta de atitudes não tomadas ou negligenciadas, ou porque simplesmente esbarraram na falta de coragem e renunciaram, deixando de cumprir certas missões intransferíveis ou de mudar o rumo do barco. Por vezes, almas chorosas de terem partido demasiado cedo ou na hora que não convinha, negando-se a aceitar que morreram fisicamente.
Mas também não é forçoso se sentir como o último dos espíritos nas agruras do sofrimento retificador. Se a sociedade globalizada levou a solidariedade a se encolher. Se a razão para o cidadão progredir é a necessidade de que seu próximo não suba, não preencha o mesmo espaço. O clima de uma luta desenfreada pelo poder, determinando a interferência em projetos que não lhes pertence, se metendo onde não é chamado. Não sacia a fome apenas eleger o vil metal como o todo-poderoso.
Quando se estabelece como meta o acúmulo de bens materiais, fecham-se os canais para que a espiritualidade se manifeste. Esse é o único tesouro que levaremos daqui e que nos preserva, já que dependemos desesperadamente uns dos outros, carecemos da mão estendida, de sermos ouvidos e ajudados, o calor humano que abre as portas. Pois se basta uma epidemia, seja de que vírus for, para nos igualar no leito de nossa própria sorte.

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Antonio Carlos Gaio
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