Excesso de sensatez leva à estagnação e, se prolongado, à morte da alma em vida.
Tudo já vem escrito e determinado pelo destino. Cabe a você, através do livre arbítrio, dar a sua forma, não precisa pintar uma Mona Lisa ou esculpir um Davi.
Admitir um erro seu em vidas passadas para justificar a provação não é propriamente uma expiação de pecados dos quais você não sabia. É apenas se submeter humildemente a ser testado, melhorar e evoluir. Pois se o corpo se converte numa prisão para o espírito que mal cabe no ser em formação no útero da mãe, devido ao acúmulo de suas experiências em outras vidas. Por isso, o bebê chora, por não entender a ansiedade em querer ser incluído dentre os bafejados pela sorte de amar e ser amado nesta vida. Chora de medo por saber ser difícil substituir o afeto e o desvelo da mãe pelo amor ideal, tão almejado durante sua trajetória. Não tem escapatória: viver só faz sentido se houver amor.
Como entender o comportamento dos adultos, como se adequar na escola, entre os amiguinhos, qual é o seu lugar na família para não se julgar um peso? Na sua fantasia, a criança procura um segredo, onde se encontra a fonte milagrosa. Varada pela necessidade, escolhe uma árvore, para que possa subir através das ramas. À espera de que alguém a chame e a árvore se abra em copas para acolher essa inocente criatura que só deseja ser ouvida.
E que jamais duvidaria da sabedoria de alguém que não sai do lugar, sofre a ação do vento que despetala sua beleza, se embebeda com a chuva, encarquilha com o sol inclemente, é cobrada para ter filhos, fruto da maturação de sementes jogadas ao léu. A responsável pela oxigenação do planeta, mas que não fala nem abraça, sequer beija, porém tem um coração que é o pulmão, pois respira por nós, sem suspirar, nem mesmo quando a criança cresce e a abandona, por ter pressa, atrelada a uma herança de não ir fundo nas raízes para atenuar a angústia de dúvidas que nos paralisam, à espera de ver para crer.
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