O espírito desbravador é um coral que entoa diversos cantos que se desenrolam independentemente, sem ferir a sintonia do conjunto, para descobrir qual é a carta a se tirar do baralho que definirá seu rumo. É bravo por ser destemido e fica bravo quando ousam desviá-lo do rumo verdadeiro, justamente porque ao vencer o Mar das Tormentas transpõe a negação em caráter pessoal e a negatividade em caráter ambiental.
Transpõe a negação do mais puro estado absoluto de baixo-astral em que o amigo-urso lhe reduz a zero, rabisca um “x” em sua cara, senão borrando sua fachada, ignorando e desconsiderando quem você é e o que faz, apenas relevando o que representa, que é o que importa para ele, geralmente defasado no tempo e no espaço.
Transpõe a negatividade em que a inveja campeia tentando lhe reter e impedir de seguir seu caminho, na mais absoluta leviandade desses ditos-cujos que não descobriram seu próprio norte por não terem começado a escavar a tempo, ou simplesmente ambicionarem abocanhar o que é seu, sem um pingo de escrúpulo, racionalizando que um tesouro de tamanha magnitude estará em melhores mãos.
Por que constantemente nos flagramos à mercê de conflitos, em estado belicoso, angustiados por ter sempre um porém que não nos agrade? Se você luta, tem interesse em correr atrás de algo, um potencial de guerreiro em dar um grande sentido à sua vida, o que for tirado de uma de suas mãos será reposto na outra quando menos esperar. Não reclame se não vier a tempo e a hora, pois você não é Deus para controlar a ordem dos eventos.
Sim, sofremos muito para tentar escapar de uma vida sem significado e de não sermos os predestinados e os eleitos. À espera de que a madrasta sorte bata à porta e o escolha para elevá-lo à categoria de ser amado – tão raro presente caído dos céus quanto julgamos imerecido ao bater na madeira. Expulsando para bem longe a indiferença, que torna sua presença ostensivamente irrelevante.
A necessidade de libertar-se de tudo que pretenda nos rebaixar, humilhar, nos manter atolados no pântano do pessimismo, injetando ânimo para enfrentar um mundo que não dá pérolas a porcos. Quando somos merecedores de um pedaço maior nesse latifúndio.
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