O Brasil está nas mãos de Pernambuco, com Lula e, agora, Severino na presidência da Câmara, o mais forte aliado da bancada ruralista e de entidades empresariais como as Confederações da Indústria, da Agricultura e Pecuária e do Comércio, que se reuniram numa frente contra o excessivo peso da atual carga tributária. Como porta-voz, a atriz Beatriz Segall, em oposição a Paloma Duarte pelo PT e Regina Duarte na coluna do meio.
Uma derrota vergonhosa para o governo Lula que indicou um candidato com padrão ético que não combina com o baixo clero do Congresso, cuja obsessão é aumentar subsídios e vantagens financeiras para os parlamentares. Promove uma verdadeira romaria de prefeitos e cabos eleitorais pernambucanos que se hospedam em seu apartamento, dormindo em colchões. Prega férias de 90 dias e prorrogação dos mandatos. Perfeitamente atualizado com a dinâmica dos partidos, confundiu Lula com Dutra, nostálgico de suas origens na UDN.
Ninguém merece uma oposição com a cara do Severino, de partido malufista. A pretexto de antecipar as eleições de 2006 e se opor ao carisma de Lula, partiram para a avacalhação. Sendo infiéis partidariamente, não fecharam acordos, votaram nominalmente, através de cédulas, e arrastaram o escrutínio por 14 horas. Por pura desconfiança de seus pares, que não confiam nem na informática que os elege em todo o Brasil.
Os deputados não decidem com frieza e maturidade, parecem torcedores de futebol que se vingam de seus desafetos com corinhos de envergonhar a mulher do padre. São capazes de quebrar a bacia colocando a meia em pé. Quem está na chuva é para se molhar, os tucanos tão ciosos com os negócios de São Paulo vão ter que rebolar com a mesa da Câmara escalada ao sabor da culinária nordestina. Com Inocêncio de cozinheiro-mor. Tirando um sarro da inocência de Virgilio em direção ao buraco negro quando saiu da órbita do PT.
É por essas e outras que a palavra governo está associada a uma mão lava a outra; o Estado, a dinossauro de esquerda; democracia, a uma terra de ninguém; utopia, a um avoado que prefere gozar depois; revolução, a sair na porrada na primeira esquina com quem ousar olhar enviesado; militância, ao pensamento políticamente correto com aulas em horário integral e dever para casa; socialismo, a dividir seus pertences e bens com os ladrões.
Enredado na traição de princípios, o PT procurou o suicídio ao dar um tiro nos dois pés. A surpresa foi do tamanho da boca da Daniela Cicarelli. O mutismo da modelo deu lugar à sua voz desagradável que inunda a telinha da TV em campanhas publicitárias. Virou uma outra pessoa, à semelhança dos artistas do cinema mudo quando transitaram para o cinema falado.
Só falta Severino virar marca de cerveja.
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