O ideal é não parar de estudar, seja a que título for, cursos, extensão, especialização, computação, línguas, religião, alternando por entre saberes paralelos, seja qual for a idade. Senão embrutecemos, mais do que emburrecemos. Passamos a cultivar ódio pelas coisas do intelecto estigmatizando professores como classe privilegiada, ao calarmos diante dos lucros astronômicos dos bancos, da vagabundagem de agiotas e especuladores financeiros que apostam nos juros altos.
Voltar pro banco das escolas, longe de ser humilhante, redime a santa ignorância de que viemos revestidos de vidas passadas. Desenvolve o espírito crítico, a ponto de distinguir o contexto injusto em que cortadores de cana e carvoeiros são explorados, do professor, que, por possuir cultura, é um privilegiado numa terra subdesenvolvida onde a ascensão social se processa a conta-gotas. Não havendo porque descarregar suas baterias contra o saber institucionalizado, acoitando-se no discurso diversionista dos marajás de Collor. Os verdadeiros agentes da desigual distribuição de renda se acotovelam do lado do poder na defesa de seus interesses corporativistas. Tamanha ira revela complexo de inferioridade. Acumulada. Contra o escravagismo e exploração.
Escolher o real inimigo revelará o seu verdadeiro saber, a cultura política que originou e cimentou seu caminho. Sob o risco de voltarmos ao estágio de que todo escritor é vagabundo, tem mais é que cortar cana.
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