Precisou morrer um brasileiro para descobrir que os EUA criaram um novo monstro. O exemplo do Vietnã não foi suficiente. Pior, atacam à luz do sol em plena área desértica oleodutos e sistemas de distribuição de água para impedir que a normalização do abastecimento seja considerada uma vitória americana. Obrigando-os a se retirarem cada vez mais para trás das barricadas e desconfiarem de qualquer cristo que se aproxime. A morte dos filhos de Saddam serviu de pretexto para carros-bomba e extremistas árabes enraivecidos libertarem o paraíso do petróleo de garras saqueadoras.
Deixando os EUA numa sinuca de bico: enviar mais americanos para morrer no Iraque ou propiciar à ONU que envie reforços de outros países. Abrindo mão de contratos polpudos para reconstruir o Iraque e perdendo a primazia sobre o seu petróleo.
Vieira de Mello tinha nome de jesuíta. Veio ao mundo com a missão de pôr em prática a paz. Com flexibilidade e criatividade. Com a perspicácia de encontrar um ângulo que outros não acharam. Não morreu em vão, portanto, deixou-nos um caminho por ser desbastado. Melhor, um legado.
Mas como todo idealista, não soube se proteger. A essência da chama da ONU. Como justificar o que os caubóis americanos tinham feito sem a sua participação? A frente única muçulmana agora está diante de seu real inimigo – Israel é virtual -, que pôs os pés em seu solo sagrado atraído pelo imã do atentado de 11 de setembro. A armadilha funcionou.
Briga de cachorro grande, as Cruzadas sempre foram o maior espetáculo da Terra. Hitler bem que tentou, mas não conseguiu. 680 quilos ceifaram a vida de Vieira de Mello, que acreditava em Deus ser brasileiro. O livre-arbítrio demonstra a nossa incompetência para lidar com questões de guerra e paz. Breve rogaremos aos Céus uma reunião de cúpula entre o Deus cristão e Alá, com o Deus brasileiro de mediador. Assistido pelo espírito de Vieira de Mello.
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