Corremos o risco de um dia Guilherme de Pádua ser agraciado com a clemência do poder público. Depois de secundar o trucidamento da linda atriz Daniela Perez na companhia de sua senhora Paula Thomaz, gozar 6 anos de cadeia e mudar para o país das Minas Gerais. Risco agravado se um de nós for processado por calúnia se chamá-los nas ruas de assassinos, ao não nos contermos nas tamancas em constatar quanta obscenidade nos golpes de tesoura, travestido em ciúme, inveja da beleza e na arte de ser capacho.
Comandar o massacre de 111 presos no Carandiru e ser posto em liberdade depois de condenado, não constitui surpresa. Afinal, o coronel aposentado Ubiratan ainda presta continência ao desfile comemorativo de quase 70 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, em que São Paulo se insubordinou contra Vargas para pôr em pratos limpos quem deve dar as cartas no país. O que representam 632 anos de prisão se Getúlio nem mais faz jus a paradas em seu louvor e os direitos trabalhistas estão sendo proscritos em troca da manutenção do emprego, a bem da economia?
O que há de errado no jovem médico, gastroenterologista não por acaso, pedófilo internauta, manipulador de sonífero para dopar crianças e abusar sexualmente, quando se declara doente necessitando de tratamento? Ganha liberdade provisória a 1500 reais ao câmbio da fiança, para bancar o Lobo Mau e voltar a comer nossas criancinhas. O delegado é politizado o suficiente para não desconhecer que a política de saúde mental treme só de pensar que todos os meninos, na sua formação, são constrangidos, molestados ou seviciados por bestas humanas que podem estar ao seu lado.
Justiça brasileira, com vocação para dessacralizar a liberdade, enquanto nossos políticos, com pendor para o atraso, persistem na ilegalidade de se autoconceder imunidade para crimes cometidos antes e durante o exercício parlamentar. Escudam-se nos votos obtidos – em proporções mantidas em segredo até hoje – através do cabresto, da bolinação da mídia, do homem da mala, e da manifestação consciente do eleitor, condicionada apenas ao seu grau de informação, que é relativo.
Penal ou eleitoralmente, a justiça dos homens é falha. Em guerra nada convencional contra Osama bin Laden, terroristas são criminosos de guerra que merecem julgamento sumário, em tribunais especiais criados para condenar à morte estrangeiros que entraram na América Livre, como turistas, estudantes ou a trabalho. Excluídos velhos acima de 33 anos e mulheres que, graças a burca e xador, se tornaram incapazes para o crime.
Há quem diga que tudo isso desabou sobre a cabeça de Bush porque ele é ilegítimo, venceu fraudado, a ficar de quatro Osama seria de Al Gore. Se os americanos, tão chegados a sair atirando, ainda não utilizam o voto eletrônico como arma, é porque os hackers desmoralizariam Bill Gates e o seu Explorer que nos estupra pela janela do Windows. O que não é bom para os Estados Unidos, em matéria de computadores, não pode ser bom para nós.
No Brasil, os hackers garantiriam a vitória para o candidato do establishment. Eles não são bestas de não haver platéia com crédito no cartão para se apropriarem de um naco polpudo do sistema, dando vazão e conseqüência às suas brincadeiras, construindo uma casta à parte, os precursores do Antraz.
Não seriam anarquistas nem terroristas, apenas engrossariam o cordão dos fora-da-lei que puxam o saco do Brasil esfarelando sua própria identidade ao deixar um rastro de vileza que procria indigência. A terem que sacrificar sua magnífica trajetória continuísta, escarnecem da cicuta que Sócrates ingeriu ou do haraquiri, e preferem o cálice envenenado em nossos lábios.
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