Está na moda agora em quem jogar sapatos, como motivo para expressar aversão ao que mais odeia no mundo. Encontra similaridade no apedrejamento por parte de islâmicos em quem fere preceitos sagrados de Alá. Ou em putarias de filhinhos de papais, que não são tão ricos assim, com prostitutas que ganham a vida honestamente. A preferência nacional em quem atirar são, logicamente, os políticos. Os demagogos, os populistas, os que abusam das bravatas e da verborragia barata. No palanque, mudam de discurso sempre quando lhes convêm, facilitado pelo linguajar fácil com piadas do gênero zorra total. No canto oposto do ringue, a hipocrisia, escorregadia ao ponto da baba de quiabo; aquela que trai sem a menor dor na consciência, a que se finge de indignada quando a patifaria não parte de si, de raciocínio verossímil, porém inverídico, a demonstrar uma inteligência de forma a não dar margem a confundi-la com os pobres de espírito. Seu requinte contrasta com o benfazejo; a raposice não combina com generosidade, mesmo porque reiteradas declarações em favor da ética levantam a pulga atrás da orelha: quem eles pensam que enganam? É melhor calçar os sapatos e caminhar em passo firme, longe dessa gente, senão contagia.
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