É um drama não ter a quem beijar na passagem para o Ano Novo. Não que se exija uma cinderela. Mas também ficar com uma multidão de bocas, se enchendo de bebida, energético e extasy, transando no convés durante um cruzeiro de Santos ao Rio, para depois morrer intoxicada, é programa de juventude de cérebro de macaco. Estourar champanhe sob a proteção da família, por outro lado, é desanimador, quando não deprimente. Também é ultrapassado sair às ruas cantando: “nós somos jovens, jovens, jovens, somos do exército do reggae do amor!”. O jeito é percorrer uma infinidade de casas, catando réveillons, rabanadas e borbulhas na champanhe, que elevem seu astral e baixem sua perspectiva debilóide de sonho, para que possa se encontrar consigo mesma e se livrar da tromba com que amarrou o Ano Velho.
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