Era introvertido e calmo, considerado educado e reservado. O professor de Direito da USP nunca demonstrou estresse ou irritação em sala de aula. Disputava a guarda do filho de 5 anos com a ex-namorada. Morava sozinho. Há 2 meses fez curso de tiro e comprou uma arma. Para não errar e atirar nele e no filho, depois que a Justiça não lhe concedeu a guarda da criança. Em carta, consubstancia a decisão, fruto de cuidadosa reflexão e ponderação: a maior demonstração de amor de um pai para o filho. Não colocou um filho no mundo para ficar longe dele e para que ele sofresse. “Se errei, é hora de corrigir o erro, abreviando-lhe o sofrimento”. A carta, apócrifa, sem ser do próprio punho, revela a identidade esfacelada, cujo espírito já se esvaíra de tristeza por um professor que não aprendeu a lição. Um analfabeto funcional.
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