Os tucanos não se cansavam de sublinhar que a política econômica de Lula repetiu as linhas mestras da era FHC. Serra e Aécio, em dupla, já de olho em 2010, discordam no que tange ao governo não disponibilizar recursos à agricultura. Responsável por 30% do PIB, cujo saldo comercial superior ao conjunto da economia nacional está sendo fundamental para superar a crise, o agronegócio é a âncora verde do sistema econômico. Coitadinhos, tão pobres que, ano sim outro também, suas dívidas são renegociadas e alongadas a juros favorecidos com o Banco do Brasil. Só falta Serra e Aécio colocarem entre eles a Miss Desmatamento, a senadora Kátia Abreu, que acumula funções à frente dos interesses dos proprietários rurais. Responsável, de machadinha em punho, pela suspensão de licenças ambientais para abertura de estradas amazônicas e pela mão frouxa na preservação das matas que compõem as margens dos rios, facilitando inundações e pondo em risco a fauna e a flora da região. O confronto de Kátia, em nome de grandes empresas que poderão comprar hectares da Amazônia sem precisarem ter sede lá, com o ministro Minc, na defesa da agricultura familiar, responsável pela produção de 70% dos alimentos que chegam às mesas brasileiras. Exportar é a solução para a economia crescer num regime concentrador de renda versus o alimento matar a fome do pobre e cumprir a função social da terra – pilar básico da Constituição. O próximo presidente está na obrigação de se comprometer a continuar diminuindo as áreas desmatadas e impedir queimadas, em nome da saúde do planeta. Se acender uma vela a Deus e outra ao diabo, cairá na mesma armadilha em que Lula já se encontra.
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