Jarbas Vasconcelos é feliz em vestir a camisa dos tucanos, a ponto de ser aplaudido de pé pelas hostes peessedebistas por não ficar em cima do muro, a fim de defender com raro brilho as teses do partido. Mas o senador é filiado ao partido símbolo da fisiologia e dali não sai, para melhor explorar seu cacife eleitoral que vem de um passado que já foi enterrado – é um dos últimos dos moicanos do PMDB histórico. Quando não é profeta da estrela vermelha do PT rumar para o ocaso pelas mãos de seu próprio líder, ao enquadrar a sua bancada no Senado e interferir de maneira despudorada em outro Poder da República, para ajudar a manter Sarney no comando da Casa. Escalado para ser bucha de canhão do Serra, e mais adiante ser recompensado, Jarbas acusa Lula da Silva de não ter compromisso com nada e com ninguém, a não ser consigo mesmo, e que tudo fará para permanecer no poder através da Dilma. Parecendo um petista desiludido e nostálgico da esquerda que combateu a ditadura, rabisca o epílogo do último partido ideológico e programaticamente definido, com um “Descanse em paz”, pois Lula, como coveiro, encerrou de vez o sonho dos que o elegeram acreditando em um país mais justo. Um belo discurso oposicionista em favor de uma nova postura do presidente da República, cujo fisiologismo, de tão incentivado, convida a corrupção para um jantar a dois. Queimado pelo Bolsa Família, que moeu seu prestígio em Pernambuco, Jarbas Vasconcelos não tem nada a perder e já saiu na frente de Ciro e Itamar, na disputa do melhor pistoleiro em 2010.
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