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PARA ONDE O HOMEM SE DIRIGE?

Todos gostam de saber com quem você está dormindo ou se esconde algo que não pode contar. Assim como há os que se escondem atrás da heterossexualidade e não conseguem sair do armário, existem os que foram abrindo mão de relacionamentos marido e mulher, pouco a pouco se assumindo como gays, até ganhar certeza e abandonar o bissexualismo de fachada. Contudo, muitos não querem dar conhecimento público, com medo de o preconceito disparar ataques pessoais, permanecendo na encolha.
A opção em juntar os corpos com pessoas do mesmo sexo põe em xeque as pétreas convicções de heteros, que entendem a inversão de interesses como ato humilhante e degradante, partindo para ridicularizar. A liberdade nos grupos GLS os ameaça. Todos convivem com suas diferenças e idiossincrasias, parecendo aos que estão de fora que ninguém é de ninguém. Em contrário senso, nas baladas de playboys e patricinhas, paqueras resultam em brigas que mais parecem os confrontos das famílias de Romeu e Julieta, tamanho o atraso a que homens de baixa estatura moral chegaram.
Se difícil aceitar mundos e sexualidades diferentes, mais fácil e cômodo ao homem é excluir. Discriminar. Negar. Ter aversão. Manter a distância. Mesmo que tenha certeza absoluta de que não se converterá à causa, nunca é demais prudência com o que chama de jardim zoológico. Arriscado descobrir ser fácil abrir a porta da jaula e se misturar à fauna e à flora, revigorando o meio ambiente, carente de ar fresco e renovado.
Enquanto os homens querem distância dos gays, as mulheres reclamam que eles estão sempre distantes. Não se incomodam em serem comparados a uma página em branco. Pensam muito, elaboram e não chegam a uma conclusão que os satisfaça. Sempre procurando reviver o passado, amarrados às figuras estranhas que namoraram, enquanto elas, com os pés no chão do presente, examinam o que desvia a atenção de um homem, no que ele se concentra e qual o perigo que se aproxima. Procuram obstinadamente na sua retina um reflexo revelador do que sua alma colhe e se alimenta. Algo que nem ele próprio desconfia e que sua consciência poderia levar a traí-lo.
Interrompendo o acalanto de um sonho e do confortável lugar em que a ilusão sustenta as mulheres. Não lhes restando vibrar um tapa na sua cara, no auge da excitação, quando o orgasmo começa a se delinear em seu rosto, num gesto desesperado de inconformismo por ter de se adequar e aceitar o amor do homem que não sabe para onde se dirige.

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Antonio Carlos Gaio
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