Discute-se se Lula pode mandar na maior produtora de minério do mundo. A Vale, que apresentou desde a privatização, em 1997, um crescimento de 15,6 vezes seu valor de mercado, 8 vezes sua receita, 29 vezes seu lucro líquido e aumentou o nº de empregados de 10 mil para 60 mil. Além de gerar energia através de 9 hidroelétricas, administrar vias férreas e controlar portos por onde passa o minério, cercando-se de um parque de fornecedores só inferior aos que orbitam em torno da Petrobras. Discute-se se Lula pode influenciar nas estratégias de negócios de uma empresa privada de cujo controle acionário participam instituições de forte caráter estatal. Pelo porte e gabarito das duas gigantescas empresas, se comparando, a Vale não é a Petrobras que, afinada com os objetivos e rumo do país, jamais demitiria 4 mil empregados sem comunicação prévia ao governo, amedrontada com a retração da economia mundial. Não se inibiria e sustaria o investimento no Polo Siderúrgico de Marabá, o que permitiria maior valor agregado à produção da Vale, ao entregar aço. Não compraria navio na China, prejudicando nossa indústria naval. Não ignoraria a posição de nossa economia no ranking e não trataria o Brasil como se fosse um paraíso fiscal. Se não fora pelo preço reles que a Vale pagou pela privatização no governo FHC. Num total descompromisso com contrapartidas sociais ou com o país que lhe cedeu o solo para explorar. A Vale ficou inteiramente à vontade para crescer e se transformou num potentado que assombrou, sem precisar dar satisfações a ninguém. Eis aí uma diferença gritante entre o governo Lula e o ideário econômico tucano. Entre a Petrobras e a Vale.
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