Da série das diferenças entre o governo Lula e o modus vivendi da doutrina de Aécio Neves. Há de se reconhecer em Aécio maior criatividade e capacidade de não se acomodar do que em Serra, embora ambos critiquem Lula e PT por acharem que fundaram um novo país. Pois se Aécio quer refundar a federação no Brasil contra a elevada carga tributária e os gastos do governo Lula, que resultaram numa conta que não fecha, dispersando a perversa concentração de impostos na União pelos estados, copiando o singular modelo norte-americano de confederação. Aécio quer fugir da armadilha de cair na inevitável comparação de oito anos de Lula com outro tanto de FHC, de quem é o pai ou a mãe das medidas exitosas; a comparação será desfavorável aos tucanos e lhe convém deter-se no que ficou por fazer. Mas Aécio vestiu a camisa do PSDB quando não aceitou o PT, em seu programa eleitoral, dividir o país em pobres e ricos, ou seja, entre os que pensam no povo e os que são contra o povo – baseado em conseguir tirar 23 milhões de pessoas da linha de pobreza. Não se vê como defensor das elites e de perfil primeiro-mundista, sendo falso que não dará continuidade às virtudes dos programas sociais promovidos por Lula. É Aécio Neves quem assegura: tudo que é falso, fica pelo meio do caminho.
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