A atrofia espiritual resulta de um mal invisível. É não fazer aquilo que tudo ouve mas ao qual não dá importância, pensando não ser verdade devido à necessidade de somente enxergar com esses olhos que a terra há de comer. Ou não fazer até o que no seu íntimo já sabe, com medo de não digerir uma sensibilidade que irá aguçar a curiosidade de seu espírito. Mantendo-se regulado pela inércia ao invés de aprimorar o conhecimento, igualzinho ao amor que não estipula condições nem impõe barreiras. Por quem tanto espera e nunca chega.
É difícil alguém se aproximar de Deus através da paixão que sufoca os sentidos, exigindo a materialização do amor. A maioria chega pela dor. O amor de Deus é incondicional e suporta seu sofrimento. Suas costas são largas para você se apoiar e dividir seus problemas com Ele em segurança.
No entanto, há os que se revelam inquietos por não alcançar a espiritualidade. Localizam-se no Vale dos Indecisos. Mal não fazem ao próximo, contudo cada criatura é responsável por aquilo que cultiva. Embora os espíritos não se degenerem por falta de uso. Apenas se atrofiam em função do imenso potencial não utilizado em favor de sua própria evolução ou, se preferir, ajudando a quem precisa tanto de você. Porque sempre param no meio do caminho. Sem saber para onde vão e o que fazer.
Se não possuem olhos de discernir a magnífica e exuberante diversidade na obra-prima da criação divina que é a Vida, em suas infinitas formas e em todos os universos existentes, premidos pela realidade violenta do cotidiano e a sobrevivência que entedia, para não enxergar a vida espiritual que nos cerca, conosco convive e influencia nossos pensamentos e atos.
No Plano Espiritual, nossas mazelas, imaturidade, crônicos defeitos, loucas paixões, manias e vícios ficam expostos em nossa aura, não podendo esconder quem somos se deixamos a consciência falar. Na consagração do princípio de Cristo: “Conhecereis a Verdade e ela vos libertará”.
Enquanto somos prevenidos aqui na Terra de que não se pode dizer tudo o que se pensa ou não se deve falar toda a verdade, para não parecer inconveniente, mal-educado ou mesmo agressivo. Já que ninguém gosta de ouvir verdades a seu respeito: “São suas verdades, não as minhas!”. Tampouco ver exposta sua consciência para os outros e, mais do que depressa, apedrejarem sua alma. Obrigando-nos a tornar a alma pequena.
Salvo se, ao invés de lutarmos para permanecer na superfície com medo de morrer afogado, mergulharmos na essência do espírito. Transcender o mundo a que estamos circunscritos. Para evitar que a atrofia espiritual se dissemine e contamine nosso ânimo de viver. Colocando-nos, assim, numa corda bamba para continuar vivo, à mercê de forças estranhas que não nos perdoam quando negligenciamos nosso potencial criativo.
Não dá para viver burocraticamente. A quem você pensa que está enganando?
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