Roman Polanski é polonês nascido na França, mora na Suíça, onde está preso, à espera que a Justiça decida se será extraditado para os EUA, de onde fugiu ao ter sido condenado, faz 35 anos, por abuso sexual de uma menina de 13 anos. Genial autor de filmes ao longo de 55 anos, como “O pianista”, “Chinatown”, “O bebê de Rosemary”, “Lua de fel”, “A dança dos vampiros”, entre muitos outros, acaba de ser escolhido como o melhor diretor do Festival de Berlim por “The ghost writer”. Independente do mérito, uma visível manifestação da classe artística em favor do mestre, hoje com 76 anos, para que, livre, prossiga a enriquecer a arte e a cultura com suas obras-primas. Mesmo porque sua vítima, hoje com 47 anos, já o perdoou, até para não abrir o baú e conferir maior peso a lembranças que mais valem a pena esquecer por serem dolorosas. Ou você não o perdoaria pelo seu ato abjeto? A justiça americana, por se considerar infalível, não reconhece o instituto do perdão. Está pouco se lixando para a influência marcante da arte cinematográfica na nossa existência. Não cogita de a vítima ter ficado atraída pela magia dos filmes de Polanski e se tornado sua fã incondicional, até para conhecer as profundezas da alma de um estuprador e emérito artista. Acharia um despropósito promover um acerto entre as partes e ambos se abraçarem e chorarem por um capítulo infeliz de suas vidas. Cena somente possível de rodar no Plano Espiritual. O diretor se chama Deus.
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