Que a Receita Federal fosse ficar com o nome sujo por ter se transformado num balcão de negócios em torno de declarações de Imposto de Renda, para alimentar dossiês com o propósito de derrubar candidaturas tucanas, isso ninguém poderia acreditar. Que Serra fosse acusar Dilma de quebrar o sigilo fiscal de sua filha para ganhar a eleição, empregando a mesma metodologia de Collor, ao usar a filha de Lula para derrotá-lo em 1989, isso ninguém poderia esperar. Que Serra atribua a invasão de sua privacidade ao receio de Dilma em vê-lo ultrapassá-la e se tornar presidente da República, só esvazia a acusação na medida em que Dilma, pelas pesquisas, folgou na liderança. Tanto é verdade que o interesse de fato é conquistar o Palácio do Planalto. Ao Serra restou tentar cassar a candidatura de Dilma junto ao Tribunal Superior Eleitoral, por abuso de poder político, no afã de descobrir de onde vêm seus bens e como aplica seu dinheiro. Os antilulistas já estavam tendo chiliques com Serra por ele não assumir que é oposição a Lula. O tiro pode sair pela culatra. O plebiscito vem aí.
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