Foi muito melhor não terem sido exterminados, bombardeados por aviões a jato ou metralhados dos helicópteros os 200 traficantes que escaparam da Vila Cruzeiro – o que seria normal numa guerra. Conquistou a população local, que recebeu o conjunto das forças armadas de braços abertos e passou a fornecer informações importantíssimas de onde os marginais estavam escondidos, facilitando a apreensão gigantesca de drogas, armamento e motocicletas. Muitos dos soldados do tráfico são arregimentados no mesmo meio em que todos padecem da falta de respeito ao cidadão pelo poder público. Mesmo em campo de batalha, matar pode não ser a solução. Se guerra santa, apesar do apelo do termo, é guerra sem quartel. Preferível o trabalho de inteligência no encalço de informantes dentre os presos que queiram dar o serviço e aliviar sua pena. Cenas chocantes de matança generalizada poderiam indispor as forças de segurança com a população, quando estão em jogo o crédito ainda baixo na polícia sujeita à corrupção e a sentimentalidade do povo que sempre se apega ao lado humano e não compartilha com execuções. As Olimpíadas e a Copa do Mundo, a despeito de muitos serem contra nós sediarmos por não enxergar segurança e capacidade no país, estão servindo de grande fator motivador para limpar certas áreas do crime e encarar certos desafios até então protelados.
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