A previsão é de o Oscar 2011 ir para Vik Muniz, na categoria de documentário – apesar de a autoria ser de João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker. O filme não é só por girar em torno do iluminado e maior artista plástico brasileiro da atualidade, um dos grandes do mundo na arte da instalação, mas como também no trabalho feito pelos heroicos catadores de lixo de Gramacho – o maior aterro sanitário do mundo. Seres humanos da maior qualidade, extraordinariamente espelhados no filme, ensinando-nos, eles e Vik, que nunca devemos desistir de até onde podemos ir, independente dessa gentinha crítica de visão estreita. Os catadores fazem crer que o lixo tem solução e que catam material reciclável, portanto, reaproveitável no círculo da produção. Devolvendo o que nós, como seres atrasados, geramos como lixo em larga escala a fim de ser recriado e ganhar um outro perfil que não a nojeira que o lixo representa. E pensar que tudo começou com uma bala perdida que atingiu Vik Muniz numa briga de rua, levando o envergonhado autor do disparo a financiar o seu caminho para as artes em Nova York.
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