Sarney pode ser perfeitamente comparado a Mubarak, o faraó do Egito que se agarra com unhas e dentes ao seu trono de ditador. Por sua insistência em querer continuar na presidência do Senado, exalando um tremendo descaso pelo sentimento predominante na sociedade de “Fora Sarney” e uma vaidade sem tamanho, ao não se satisfazer com a presidência do Brasil ter caído do céu com a morte de Tancredo Neves. Qual não foi outro motivo por que Sarney não mostrou sua cara e esteve ausente da campanha da filha ao governo do Maranhão. Roseana se candidatou sem exibir a marca Sarney inclusive em seu nome. O que importa a Sarney é orgulhar-se de deixar Rui Barbosa para trás com 56 anos de mandato, dos quais 35 no Senado. O seu caráter não se abala com denúncias de nomeações por atos secretos e nepotismo que vêm desde suas gestões à frente do Congresso nos últimos 20 anos, inflando o Senado com 10 mil funcionários. As torturas no regime militar não lhe pesam na consciência, alegando em pleno governo Dilma seu passado de combate à ditadura, incomodado com as cassações de mandatos e sendo o único governador contrário ao AI-5. Quem irá acreditar na crônica da morte anunciada de que este é o último mandato a que concorre? Quem irá acreditar que Roseana abandonará a vida pública em 2014, se Sarney Filho é o líder da bancada do Partido Verde na Câmara? Quem irá acreditar em quem aposta na gerontocracia para moralizar o Senado ou o Egito? Partindo do princípio que mais lhes convém e que imita sua realidade: o povo tem memória fraca. Mubarak e Sarney bem que podiam dar as mãos e irem passear no bosque, enquanto seu lobo não vem.
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