Os judeus e o pensamento ocidental reagiriam como à presença do diabo se virem implantado no Egito uma versão rigorosa do código islâmico – a sharia dos salafistas. Na terra do Islã, a lei dos homens não pode superar a lei de Deus. Inconcebível deixar as pessoas decidirem o que é permitido ou proibido. É Deus quem responde o que é certo e o que é errado. Pregam o puritanismo das primeiras gerações de muçulmanos e pretendem impedir mulheres e cristãos de ocupar cargos no governo, bem como banir a arte e a literatura não islâmicas. Acham que o cinema, a música pop, os seriados e as novelas almejam o mesmo que o futebol: reduzir a população a meninos para que não pensem ou se esqueçam da opressão do mundo materialista – advogam que deveriam matar os ateus. Vão entrar em choque com a poderosa indústria de turismo egípcia, se pleiteiam impor aos ricos a doação de parte de sua renda aos pobres e ao proibir os juros bancários. O planeta está se mostrando despreparado e ainda imaturo para a irreversível globalização que virá com a conexão das redes em busca de contato, mas isolar-se significa interromper as conexões de um pensamento ou de comportamento com o resto da existência do indivíduo. Ou do planeta.
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