Vocês já pensaram num domingo como hoje, seja verão aí no Brasil ou inverno de 5 graus aqui em Madri, seu chefe ficar enviando mensagem pelo celular, e-mail ou qualquer outro meio eletrônico, para dar novas ordens em função de conclusões a que chegou assistindo “Gato de botas” com os seus insuportáveis pentelhos? Pondo sua cabeça a funcionar em prol da empresa que lhe paga mas que não remunera seus serviços prestados fora do expediente. Por vezes, é solicitado um favorzinho à toa, o suficiente para interromper um climão que está pintando com sua esposa, que já assustava por vir escasseando. Primeiro vem o trabalho, a competição, a cobiça, a armação ilimitada e, por último, o amor. Se bobear, organiza até uma reunião por teleconferência. Quando é notório para efeitos jurídicos que não existe distinção entre uma ordem dada pessoalmente pelo chefete ou à distância. Os meios informatizados de comando, controle e supervisão equiparam-se aos meios diretos de ordenar o trabalho alheio. O serviço prestado em casa corresponde ao executado pelo empregado no estabelecimento, aí incluído a digitação de textos e minidiagnósticos da situação. O que veio a matar a profissão de datilógrafa, diminuir os custos da livre empresa e pesar na balança do burro de carga. Só porque é eletrônico, bonitinho e eficiente, não quer dizer que seu trabalho seja de alto nível e, por si só, não fazer jus à hora extra. O computador veio para facilitar e racionalizar nossas atividades, contudo abriu um leque de novas opções que tornaram o mundo mais complexo. Ai de quem não se integrar e se adaptar.
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