Privatização ou concessão, eis a questão. Uma mera questão de semântica? Só se for para assentar tudo numa tábula rasa ao nível de Aécio Neves, que afirmou: “O PT saiu do armário! Bem-vindo ao mundo das privatizações!”. Assunto que sobejamente conhece e domina; com ele, não tem Lei Seca que controle sua língua afiada. Nada como o Carnaval para os tucanos comemorarem essa piada de salão – se é uma ou outra, se é vender-se toda ou vender-se aos pedacinhos. Assunto que Elena Landau sobejamente conhece e domina ao se sagrar vencedora no debate sobre privatizações. Não há por que confundir privatização com concessão se mirarmos na Tchecoslováquia comunista, que vendeu o que podia e o que não podia, num abrir e fechar de olhos, para se beneficiar do capitalismo alemão, vendendo à iniciativa privada empresas que pertenciam ao Estado. Ou então como a máfia russa se apoderou do petróleo e do gás da União Soviética para encher os bolsos com dinheiro stalinista. Conceder a exploração de um serviço público, mantendo-se a propriedade do Estado, como no caso dos aeroportos, não é privatizar. É o caso das estradas mantidas em bom funcionamento em troca da exploração do pedágio pelas concessionárias. Não há por que acusar o PT de estelionato eleitoral por aderir às teses privatistas em face do que demonizou o PSDB, apontando as candidaturas Serra e Alckmin como vendilhões do país, sob o receio de que a Petrobras fosse negociada, e a preço de banana como a Vale o foi. Se o governo FHC privatizou mediante a obrigação em lei de utilizar o vil metal arrebanhado para pagar a dívida externa. E foi o que se viu no choque de gestão de FHC: a dívida cresceu, o dólar desvalorizou, o presidente do Banco Central foi preso, Cacciola fugiu e o gato comeu o nosso dinheiro.
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