A Rússia cresceu por entre invasores tártaros que a verteram em fogo, cinzas e destroços ao se assenhorearem da Rússia imberbe, assentando-se nas estepes da Rússia Branca, e originando no russo um temperamento impulsivo e de espírito arraigado à sua terra, desconfiado dos estrangeiros e submisso a um poder autoritário.
Este livro mostra como nasceu e se consolidou como país, girando em torno dos czares até chegar ao comunismo, onde detalho suas intempéries no século XX não com a visão de um comunista, mas procurando desarticular conceitos arraigados e difundidos pelos que demonizam os responsáveis pelo fim da propriedade privada.
Contudo, “Rússia de todos os Czares” não é um livro elaborado para tomar partido pela ideologia capitalista ou comunista.
Constarem da capa a foice e o martelo em contraste com a águia bicéfala, símbolo do czarismo imperial e do regime republicano da Rússia de hoje, significa a evocação da violência, do autoritarismo, da sanguinolência e da brutalidade da Rússia ao longo de sua trajetória. O que não a impediu, paradoxalmente, de evoluir e se transformar em paradigma de nossa cultura universal – um patrimônio da Humanidade -, seja no balé, no teatro, na literatura, na música clássica, na pintura ou no cinema de Serguei Eisenstein, que transformaram o cidadão russo num dos maiores consumidores de cultura do mundo, medidos em livros, cinemas, teatros, museus, companhias de dança e amantes da música clássica e de ópera.
Os russos riscaram Napoleão do mapa por ter se atrevido a invadir sua pátria, cometeram variados atentados contra os czares a partir de 1825, além de terem triunfado na 2ª Guerra Mundial através da frente leste e entrado primeiro em Berlim, sob o comando do general Stalin.
Nem por isso Stalin ficou isento de ser considerado um czar face à sua prática obsessiva de eliminar inimigos do comunismo stalinista, embora os verdadeiros czares, ungidos pela religião ortodoxa, tivessem cometido o maior crime: o de manter o povo russo imerso na ignorância, em regime de servidão, deixando o país à míngua e passando fome, ao não acompanhar a Revolução Industrial. O que levou à Revolução Russa e à maior luta de classes que o mundo jamais assistiu, na qual milhões de soviéticos morreram de fome durante o período de coletivização das propriedades agrícolas seguida de pesados expurgos nas camadas de dirigentes que queriam a cessação da vigilância ideológica, a conciliação das classes sociais e a melhora imediata do padrão de vida.
A linha editorial do livro procura noticiar, informar, apresentar dados, levantar polêmicas e abrir panoramas dentre diversas facetas para o leitor optar por qual apreciação fazer.
A águia bicéfala ao lado da foice e martelo, os símbolos de todas as Rússias, de toda a História da Rússia, da Rússia de todos os Czares.
6 Comentário para RÚSSIA DE TODOS OS CZARES