Os fetos a caminho de se tornarem bebês, ainda dentro do útero de suas mães, se pudessem expressar suas emoções diante do que está por vir, normal seria hesitar e ter dúvidas a respeito de vida após o nascimento. Sabe-se lá o que vem, rompidas as fronteiras, recém-saídos de uma gruta ou, com muita boa vontade, de um laboratório de caráter experimental.
Igualzinho a nós, aqui no plano terrestre, quando duvidamos de vida após a morte no Plano Espiritual.
Em ambos os casos, imersos na obscuridade, na ausência de algo mais para nos iluminar, na falta de clareza e de inteligibilidade. Tanto no nascituro na barriga da mãe, quanto em nós na falta de conhecimento sobre a irreversibilidade de um dia nos desvincularmos da matéria e tivermos de partir, evidenciando um não querer pensar e enfrentar esse crucial momento, o que torna difícil tentar compreendê-lo. Pecando pela falta de visão e de lucidez. E restando sombrio, triste, confuso.
Em ambas as situações, é necessário que haja preparo para o que serão mais tarde. Tem de haver algo após o nascimento e a morte! Nem que seja renascimento!
Embora haja quem duvide de vida após a morte, com muito mais motivo poder-se-ia duvidar do milagre do crescimento e do desenvolvimento do ser humano. Quando é fato há séculos e nem por isso a concepção deixa de ser atribuída a uma obra de deuses, aí conjuminados Deus e Seus seguidores e não seguidores em harmonia na desigualdade para procriar.
Por certo haverá luz quando os espíritos se redescobrirem no Plano Espiritual e quando os bebês franzirem a testa diante da luz do Sol. Imaginem quando sugarem o leite de suas mães e caminharem com seus próprios pezinhos! Contudo, no plano interno da mãe, é totalmente ridículo o feto pensar em outra vida maior do que a que o cordão umbilical proporciona. Sonhar para se libertar do cordão umbilical e ambicionar chegar aonde? Se o cordão umbilical alimenta todas as perspectivas! Seria morte certa!
Cordão umbilical tem um peso muito maior do que o espírito para os incrédulos, que preferem manter os pés no chão, a revigorar suas inflexões:
– Nunca ninguém fez o caminho de volta para o interior da mãe, se o parto apenas prolonga em vida o medo, a angústia e a dúvida, pré-existentes na escuridão. Ademais, o pouco que se sabe do Plano Espiritual não nos dá certeza do espírito de justiça que regula o mundo.
– Uma coisa é certa – responde o espírita. Veremos, lá e cá, nossas mães, bem como o espírito de Deus onipresente na grande obra.
– Onde exatamente? Se dentro do útero eu nunca vi mãe nenhuma!
– Em tudo à nossa volta! Principiamos a viver nela e, quando nos desprendemos, conquistamos o livre-arbítrio. Sem nossas mães, tudo isso não existiria!
– Que mundo maravilhoso é esse se nos deixam à mercê de leões em meio a uma selva para aprender a sobreviver? Se quando bebês estamos em silêncio e podemos ouvir a mamãe cantando ou sentir como ela nos afaga, e nem por isso ficarmos livre do destino espinhento e doloroso, se não for cruel, que nos é reservado.
– É para nos preparar para outra vida, após a morte. Tudo que exige evolução, demanda aprendizado, preparação, estudo e compreensão real das coisas, onde aí o espírito tomará sua verdadeira dimensão.
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