Por que foi se desenhando uma perfeita identificação entre o público que persegue sem trégua o ministro Lewandowski e o “promotor” Joaquim Barbosa? Não é só por JB não vacilar e condenar, fixando penas altas e multas elevadíssimas, soltando um grito de “Enfim, justiça!”, de há muito aguardado. Essa gente difusa vibra ao vê-lo encarnar o Poder Judiciário de forma absolutista. Fariam o mesmo quando intolerante e debochado com seus pares que não pensam igual. Tal como Joaquim Barbosa, essa turba dispersa se julga vestal na pressuposição de que os outros são salafrários, sem que haja provas cabais para gozarem dessa fama. Não teriam coragem de reagir com nervos à flor da pele a quem ousar contestá-los, nem de admitir que o admiram vendo liderar autênticas vaquinhas de presépio, na sua maioria. E, por assim dizer, desprezam o direito de expressar e dos que contraditam o julgamento, por sua vez desconfiados de que esse rigor não mais se repetirá em qualquer julgamento. Por mais que se negue o caráter político do julgamento, a motivação da turma que vai ao encalço de Lewandowski é maior, por querer curtir José Dirceu atrás das grades, do que afastar de vez as práticas corruptoras que desvirtuam nossa política. Ou seja, mais hipocrisia na preocupação com a moralização do Brasil, preferindo atingir seus desafetos na política. Igualzinho aos nossos políticos.
Deixe um comentário