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É MELHOR ANTECIPAR A CAMPANHA ELEITORAL PARA O ELEITOR SE INFORMAR MAIS E SE PREVENIR QUANTO A ENGANADORES

Até para amenizar a dicotomia
entre PT e PSDB na disputa pela presidência em 2014, é salutar para a
democracia encaminhar candidaturas várias e de peso para o povo se manifestar
com Eduardo Campos, Marina, Gabeira, Chico Alencar, Joaquim Barbosa, além de Dilma
e Aécio, e para que cada candidato possa mostrar sua verdadeira cara e provar o
que o distingue das políticas postas em prática nos quase 12 anos de governo
petista. Não há problema nenhum em antecipar o debate pois eleitores que se
consideram órfãos por não se identificar com um candidato sequer já começam a
ficar destemperados, visto que não querem votar no PT, responsabilizando-o pela
corrupção na política, nem aceitar os conselhos requentados de FHC. Demandam
por uma terceira via e não mais passar pelo sofrimento de ter anulado o voto no
2º turno em 2010, ou ter optado por Dilma ou Serra, tapando o nariz para não
sentir o cheiro. Esse nicho de eleitores, que pode ser decisivo em 2014, vai
ter de se debruçar sobre a importância do processo em curso de redistribuição
de renda e mobilidade social ou se o Bolsa Família apenas tem motivações
eleitoreiras, em sua opinião. Não empregar o termo neoliberalismo em vão, sem
se posicionar claramente quanto às privatizações como o faz o PSDB. Ou se
preferem priorizar um processo a longo prazo de melhorar as condições de vida
do povo brasileiro através de uma revolução na educação, com o emprego
intensivo do dinheiro do pré-sal, deixando de enfatizar tanto a ascensão da
classe C. Não adianta chamar o pensamento em contrário de fascista, por
compará-lo a rolo compressor, se o seu é indefinido à procura de alma, não é
claramente de oposição por pretender roubar voto do PT e apegado em demasia ao
discurso anticorrupção, juntando-se a nostálgicos da UDN, cuja bandeira da
moralidade era levantada com garbo, mas que culminou com ditadura militar e
torturas. Não adianta ficarem nervosinhos por antecipação pela dificuldade em
ter que abandonar a coluna do meio e assumirem sua candidatura com convicção –
posto que confundem convicção com fanatismo e censurar a opinião alheia.
Refletindo uma total insegurança quanto ao cenário político, o que, em outras
palavras, pode ser traduzido para um autêntico despolitizado, pois, quanto mais
esse tipo de eleitor demanda por mudanças, mais se aproxima do discurso
conservador. O que não tem nada de mais, se o eleitor em questão não se achasse
inteligente, esclarecido e de cabeça aberta. Daí ser sempre necessário
antecipar a campanha para melhor se informar e acabar com a aflição de vir sendo
invadido por uma sensação desagradável de que está mais perdido do que cego no
meio de um tiroteio e de que não conseguirá alcançar um denominador comum para
não ser tachado de alienado. O que seria o fim do mundo e injusto.

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Antonio Carlos Gaio
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