Bruno Barreto pode se orgulhar de ter feito um dos filmes mais bonitos sobre o amor de duas mulheres. Dois espécimes raros, Elisabeth Bishop, a grande poeta americana que ganhou o Prêmio Pulitzer em 1956, e Lota de Macedo Soares, a flor rara que concebeu o Parque do Flamengo, uma tremenda arquiteta sem diploma, e que despertou a contida Bishop para o amor tórrido. Glória Pires, no cinema, põe a arte televisiva no chinelo. Mesmo porque a TV censuraria o beijo de tirar o fôlego da nossa entronizada grande lady do cinema em Miranda Otto (Bishop). Mulheres além de seu tempo que compuseram e conceberam um amor pleno de paixão, tão possessivo quanto moderno, o ciúme marcado em Bishop e a ousadia e a facilidade em tocar sonhos, em Lota. O filme é a prova viva dos maus resultados que a autossuficiência acarreta por cegar nossa visão, confundindo felicidade com pôr tudo a perder com extrema facilidade.
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