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CONHEÇA MAIS QUEIMA DE ARQUIVO NA DITADURA MILITAR

Sabia-se que a ditadura militar matou a torto e a direito, mas a execução do tenente-coronel reformado Paulo Malhães nos despertou para uma lista de queima de arquivo que impressiona. O caso Baumgarten em 1982, proprietário da revista “O Cruzeiro”, o louco alinhado com os militares que tentou chantageá-los no crepúsculo do regime, apagado com uma injeção letal sob os auspícios do próprio Malhães e do inesquecível médico Amílcar Lobo. O corajoso funcionário da Telerj, Heráclito de Souza Faffe, responsável por escutas telefônicas de torturadores de farda, a serviço de Baumgarten. E o recém-assassinado com 15 disparos de três armas de calibres diferentes, o coronel reformado Júlio Miguel Molina Dias, comandante do DOI-Codi do Rio de Janeiro em 1981, mesmo ano do atentado no Riocentro. Embora Deus possa perdoá-los por terem sido absolutamente ignorantes a respeito da causa a que serviram, desde que prestem assistência espiritual às famílias dos presos políticos que torturaram. Contudo, felizes são os carrascos que, arrependidos, já morreram – a ditadura militar não brincava em serviço, principalmente com dedo-duro.

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Antonio Carlos Gaio
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