O acirramento da guerra civil a caminho na Ucrânia e o isolamento da Rússia pelos Estados Unidos com sanções fez com que os russos se aproximassem mais da China e assinassem um histórico acordo de fornecimento de gás natural. O que implicou em maior atenção de países como a Argentina com o gigante asiático, num momento de extrema dificuldade para acessar os mercados globais devido à disputa com fundos abutres que exigem pagamentos mínimos de dívidas. São acordos de comércio bilateral e de cooperação para financiar projetos de infraestrutura como hidroelétricas na Patagônia e ferrovias para o transporte de grãos das planícies agrícolas, face à China ser a principal consumidora da soja argentina – terceiro maior volume exportado do mundo. O que também atende aos interesses da China, em fase de minimizar os efeitos da desaceleração do crescimento chinês, que parecia não ter fim. Tais acordos foram intermediados pelo Brasil de Dilma, já como consequência do avanço do BRICs (congregação de países emergentes formada por China, Brasil, Rússia, Índia e África do Sul) na área financeira internacional para se contrapor ao FMI e Banco Mundial, com suas regras rígidas e extorsivas para debelar quebras de países que foram mal geridos. Sinalizam outro cenário para a economia global, anteriormente ditada pelo chamado Primeiro Mundo capitaneado pelos Estados Unidos e seu escudeiro, o Reino Unido, com o bloco europeu na periferia. Panorama que os eleitores do Aécio têm extrema dificuldade para entender, ou mesmo de aceitar, por ainda serem regidos e apegados ao roteiro Helena Rubinstein. Reagindo como cão hidrófobo a ideologias estranhas, pensando ainda viverem na Guerra Fria, a exemplo de como fizeram contra o Programa Mais Médicos. Quando, em comércio, especialmente o internacional, há sempre que buscar novos parceiros para não ficar encalacrado, ou mesmo um novo reordenamento político-institucional, para não ficar refém do imperialista da era em que encarnamos.
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